Em certo momento de Ensaio Sobre a Cegueira, um dos inúmeros personagens sem visão reclama, ressentido, dos abusos cometidos pelo inescrupuloso Rei da Camarata 3 e comenta, com o companheiro à sua frente, que o sujeito provavelmente é negro, escancarando seu odioso racismo – e, pior, sem se dar conta de que, ao contrário do caucasiano vilão, é seu interlocutor e confidente quem possui o tom de pele que ele tanto parece desprezar. A beleza desta cena, além do inteligente uso da ironia dramática, reside na força de sua alegoria, pois, nesta sociedade terrivelmente imperfeita em que vivemos, é justamente nossa visão (literal e metafórica) que muitas vezes nos cega para o que realmente importa, distorcendo nossas opiniões em função de preconceitos estúpidos (e existe outro tipo?) que, ao manterem nosso foco no superficial (a cor da pele, a orientação sexual, a etnia), impedem que enxerguemos o real valor daqueles que nos cercam.É isso que o diretor do filme quis mostrar , assita que vale a pena, impactante, algumas cenas bem fortes, como a de um estrupo coletivo, mas reflete bem a nossa sociedade.
Direção: Fernando Meirelles
Roteiro: Don McKellar
Elenco: Mark Ruffalo, Julianne Moore, Sandra Oh, Yusuke Iseya (Primeiro Homem Cego), Yoshino Kimura (Mulher do Primeiro Homem Cego), Danny Glover, Gael García Bernal, Alice Braga
Sinopse: Uma cegueira epidêmica afeta os habitantes de uma cidade contemporânea e sem nome, levando a sociedade à beira do colapso.


1 comentários:
oi obrigada por comentar no meu blog sempre que posso passo pra dar uma olhadinha no seu, e sempre me supreendo adoroooo, obrigada pelo carinho e apoio de sempre bjos
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